Software Experience proporciona imersão em tecnologia da informação no InovaCampinas

Evento reuniu empreendedores, desenvolvedores, investidores e estudantes

Texto: Carolina Octaviano

Fotos: Pedro Amatuzzi

Com atividades como palestras, mesa-redonda, pitches de modelos de negócio, exposição de programas de computador, oficinas e workshops tecnológicos, a terceira edição da Software Experience levou ao público uma imersão em tecnologia da informação, durante o InovaCampinas, maior evento de empreendedorismo e inovação tecnológica do interior de São Paulo.

No período da tarde, os presentes participaram de uma mesa-redonda sobre a IoT (ou Internet of Things, em inglês), tema que já vem revolucionando o mercado há algum tempo e promete conquistar ainda mais campo nos próximos anos. Tal tecnologia pode ser definida como comunicação de máquina a máquina, com a possibilidade de ser aplicada para otimizar a produção em uma dada indústria assim como facilitar o dia-a-dia das pessoas, a partir da utilização de sensores. No futuro, inclusive, espera-se que a tecnologia possa ser empregada em utensílios como roupas que se adaptam a temperatura ou sistemas para diagnóstico prévio de doenças, entre outras facilidades.

Participaram da mesa-redonda Alexandre de Souza Pinto, diretor de inovação e novos negócios da MATERA Systems, e Cláudia Pascoal, Manufacturing R&TD Manager na Embraer. Cláudia abordou a importância da IoT para a consolidação do conceito de Indústria 4.0 na empresa. A tecnologia, na Embraer, tem sido utilizada para a otimização das operações industriais. “Se não tiver conectividade entre máquinas, eu não tenho dados e nem informações. Sem informações, eu não tenho nada”, comenta. Ela também deu uma dica para aqueles que querem empreender a partir das internet das coisas: “Olhem para o problema de vocês porque, com certeza, ele não é apenas o problema de vocês. Um exemplo disso são os sistemas voltados para a localização de vagas em estacionamentos”, revela.

Já o diretor de inovação e novos negócios da MATERA Systems falou sobre as oportunidades de negócios no setor. “Vemos várias soluções de IoT já trazendo benefícios para a sociedade, como as aplicadas em cidades inteligentes e mobilidade, por exemplo”, aponta. Além disso, explicou que a estratégia da MATERA relacionada ao setor de IoT é fortemente baseada em parcerias com startups e grandes empresas. “As parcerias, mais uma vez, são importantes para gerar inovação”, frisa.

Dando continuidade à programação, Israel Geraldi, fundador da Softway e ex-aluno da Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (FEEC) da Unicamp, ministrou palestra sobre sua trajetória tanto como empreendedor, quanto como investidor. A criação da Softway em 1996, em parceria com ex-alunos da faculdade de Análise de Sistemas da PUC-Campinas, deu início à trajetória de Geraldi como empreendedor. A empresa tinha foco em soluções voltadas para o comércio exterior. “Em 2009, nos tornamos a T-Global e 41% das maiores importadoras e 31% das maiores exportadoras utilizavam nossas soluções”, relevou. No ano de 2013, a empresa contava com 400 colaboradores e foi adquirida pela gigante Thomson Reuters. Com isso, os software da empresa passaram a ser oferecidos em 10 país.

Sobre a trajetória como investidor, Geraldi atuou ainda com a Softrack, que “fornecia soluções para aumentar a eficiência e a segurança das operações logísticas internas, monitorando máquinas”, aponta. O foco do ex-aluno da FEEC, enquanto investidor, também é voltado para a área de educação, uma vez que ele investiu em empresas como a “Dentro da História” e “Mosyle”, voltada para a implementação de tablets com funções educacionais em escolas. “Hoje, a plataforma de ensino é utilizada por 3600 escolas, em 51 países. Tudo isso em, praticamente, 1 ano e meio de atuação”, ressalta.

As atividades da tarde contaram ainda com uma palestra de boas-vindas de Patrícia Leal Gestic, diretora de Propriedade Intelectual da Inova, que fez um overview sobre as atividades realizadas pela Agência, comentou sobre os números expressivos alcançados pela Unicamp, relacionados à patentes depositadas e parcerias colaborativas entre a universidade e empresas. “Nosso objetivo é fazer uma conexão entre a universidade e as empresas”, defende. Patrícia falou ainda sobre as especificidades do registro de programas de computador no país. “Muita gente desconhece, mas os software podem ser registrados como métodos”, diz.

O evento também contou com a participação do doutorando pelo Instituto de Computação da Unicamp, Ramon Pires, que é vencedor por duas vezes consecutivas do Google Research Awards, iniciativa que premia pesquisas em computação realizadas por universidades da América Latina.  Pires apresentou seu projeto voltado à retinopatia diabética para o público da SXWP.

“Aproximadamente 10% da população adulta mundial tem diabetes, e quase metade ainda não foi diagnosticada. Além do mais, 85% dos municípios brasileiros carecem de oftalmologistas. Neste cenário, reconhecemos que a Inteligência Artificial deve ser aplicada na triagem de pacientes. Nossa pesquisa, que vem sendo realizada desde 2009, envolve um pipeline completo com elevado potencial de mercado e aplicabilidade em tempo real. Nossos modelos conseguem dizer com taxa de acerto acima de 98% se o paciente se encontra em um estágio que requer um cuidado especial como um possível tratamento”, aponta. Ele frisa ainda que a ideia das pesquisas não é a substituição de especialistas por sistemas, mas que ambos possam, justamente, trabalhar em conjunto. “Não queremos que a IA substitua os especialistas, mas que direcione os poucos para tarefas mais críticas como tratamento, e que dê maior prioridade a pacientes em estágios mais avançados”, pontua.

 

Fechando a programação da tarde, os finalistas do Desafio Smart Campus apresentaram os pitches dos projetos desenvolvidos por eles para melhorar o cotidiano na universidade. Paulo Garcez, da Equipe GAIA, apresentou um dispositivo integrado aos pontos de iluminação pública do campus, que é capaz de identificar defeitos na lâmpada, monitorar seu tempo de uso e atuar no sistema de iluminação. Já o aluno Guilherme Lopes expôs um sistema capaz de quantificar o tamanho das filas para entrada nos restaurantes universitários.

Além da programação da tarde, a SWXP 2017 contou com algumas atividades paralelas, que aconteceram ao longo de todo dia: a tradicional exposição dos programas de computador desenvolvidos na Unicamp e as oficinas e workshops oferecidos pelo Google Developer Group (GDG) Campinas, em temas como realidade virtual, realidade aumentada, tilt brush e Google Cardboard.

Sobre a Software Experience 2017

O evento, que está em sua terceira edição, contou com o patrocínio da Matera Systems, Embraer, Capes e do Governo Federal. São parceiros do evento a Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (FEEC) da Unicamp e do Google Developer Group (GDG) Campinas.

Para mais informações sobre o evento, acesse: www.inova.unicamp.br/softwareexperience

 

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